Clara de Góes, filha do professor Moacyr de Góes, hoje nos presenteou com palavras que muito emocionaram a todos nós. Ela nos escreveu - em nossa
página no Facebook - pedindo que encaminhássemos suas palavras à Secretária de Educação Claudia Costin.
Seu texto nos aproximou ainda mais do homem e professor Moacyr de Góes.
Leia o texto que, mais do que qualquer coisa, é uma homenagem de Clara de Góes a seu pai.
Prezada Secretária de Educação
Prezadas professoras
Tomei a liberdade de lhes escrever para agradecer a homenagem prestada a meu pai, o professor Moacyr de Góes.
Na inauguração da escola que leva seu nome pude reencontrar meu pai, por
um momento pude diminuir a saudade que sinto dele. Foi um reencontro
porque seu espírito estava ali, continuando... No meio da vida, da
praça, do redemoinho diria Guimarães Rosa. A presença
dele estava no coro das crianças, no menino sem camisa que observava
tudo de longe, na professora, na chegada do prefeito.
Papai me levava, quando eu era muito pequena, aos palanques e à
inauguração das escolas (ele foi secretário de educação em Natal, por
isso foi preso em 1964). Meu amor por ele se confunde com tudo isso:
palanques e escolas.
Agradeço a todos por plantá-lo ali, onde ele ia gostar de estar. O lugar
dele não é entre os que morrem, mas entre os que ressuscitam (papai
acreditava na Palavra). O lugar dele é entre os vivos, o nome de uma
escola, o que ele mais amou na vida.
Meu pai era uma figura pública pautada pelo amor aos homens. Espero que
seu nome traga a memória da vida dele e que possa inspirar os meninos e
meninas que passarem pela escola Professor Moacyr de Góes.
um forte abraço,
Clara de Góes
O Professor Moacyr de Góes foi um homem dedicado a educação para o engrandecimento do ser humano. Quando Secretário de Educação da Prefeitura de Natal nos anos 1960, participou da implantação de um maravilhoso programa educacional para o povo menos favorecido. Chamava-se "De pé no chão também se aprende a ler", que ousou alfabetizar o povo. Claro que a elite, não gostou dessa iniciativa. Idem a Igreja Catolica. Isso é coisa de comunista, acusavam. O golpe militar de 1964 acabou com esse sonho, voltando ao velho status quo: pobre não precisa aprender a ler. Com o golpe militar, o professor, homem católico praticante, foi injustamente preso por 6 meses e depois exilado de Natal. Mudou-se para o Rio de Janeiro onde residiu com sua família, vindo a falecer em 2009 aos 78 anos. Foi um grande homem!
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